Em 1990, no fim do III Encontro Mundial dos Directores de Coros Liturgicos em Roma, foi publicado um pequeno relato do que tinha acontecido, que dizia:
"O lamento mais frequente que se ouviu durante o Congresso, a crítica mais amarga que se teceu foi contra os padres: os padres já não cantam na liturgia. A liturgia antiga era cantada por todos, padres e povo: o sacerdote cantava as belas Missas cantadas, sustentava e animava o canto dos fiéis; hoje, na Liturgia renovada, o padre fala muito mas não canta quase nada. Os Padres já não cantam! É uma constatação geral e alarmante. as razões estão talvez nos Seminários, onde a música e o canto são tratados como coisa de menor importância ou são totalmente postos de parte. Verifica-se que uma assembleia litúrgica nunca poderá entoar uma resposta cantada, nunca poderá cantar uma aclamação se não for provocada pelo presidente pelo seu canto. Notam-se incongruências absurdas, como quando o padre convida: "Agora leiamos o canto de entrada", ou quando convida a cantar com os Anjos e os Arcanjos, com Tronos e as Dominações e com a multidão dos coros celestes numa só voz, e depois ataca um miserável Santo só balbuciado. Deste Congresso dirige-se a todos os sacerdotes do mundo este pedido: Padres, cantai!"
No número 115 da Sacrossanctum Concilium, relativamente à música, é dito:
"Dê-se grande importância nos Seminários, Noviciados e casas de estudos religiosos de ambos os sexos, bem como noutros institutos e escolas católicas, à formação e prática musical"
No número 52 do documento "Musicam Sacram" é dito:
"Para conservar o tesouro da Música sacra e promover devidamente novas criações, 'dê-se grande importância nos Seminários, Noviciados e casas de estudo de religiosos de ambos os sexos, bem como noutros institutos e escolas católicas, à formação e prática musical', mas sobretudo, nos institutos superiores especialmente destinados a isto. Deve promover-se antes de mais o estudo e a prática do canto gregoriano, já que, pelas suas qualidades próprias, continua a ser uma base de grande valor para o cultivo da Música Sagrada"
Braga foi a Diocese que mais promoveu a Música Sacra no séc XX, através do Seminário Conciliar (ainda hoje, exemplo de escola de música sacra para futuros padres: solfejo, canto gregoriano e polifonia) e de grandes compositores tais como, P. Manuel Alaio (fundador da escola de música de Braga e fundador do orfeão do Seminário Conciliar de Braga), P. Benjamim Salgado, P. Manuel Faria Borda, P. Alberto Brás (Autor do Hino do Seminário Conciliar de Braga), P. M. Simões, P. José Fernandes da Silva, P. Joaquim dos Santos, P. Manuel Faria (grande homem da música. O maior compositor de música Sacra do Séc XX. Fundador da NRMS), P. Henrique Faria e António Azevedo de Oliveira, entre outros, talvez não tanto conhecidos.
Vale a pena pensar nisto.................
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Saudações cordiais,
A Equipa de Liturgia
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Saudações cordiais,
A Equipa de Liturgia