ENCONTRO DE COROS NO SAMEIRO
DIA
06/ 05 /2012.
1º
GRUPO CORAL de Azurém-Guimarães
Regina Coeli -
D. Pedro de Cristo
Sangue de Cristo -Manuel
Faria
Glória a Deus
-G. F. Haendel
Director artístico:
Prof. Hermano Filipe Carneiro
2º
GRUPO CORAL Laudate Dominum- Vizela
Ave Maria _
D. Matteo Tosi
Sanctus _ J.P Lecot
Mil cânticos _P.
Alexandre Santos
Órgão: Paulo Oliveira
Director artístico: Pedro Marques
3º
GRUPO CORAL de S. João de Airão
Regina coeli -M.
Faria
O Santíssima -Harm.
M. Faria
Aleluia -M.
Simões
Director artístico: António Fernando Cartas
4º
GRUPO CORAL de Areias de
Vilar
Ave Maria _
Jacob Arcadelt
Ave Verum _
W.A. Mozart
Cantate Dominum _H.G. Barrionuevo
Director artístico: Deolinda Martinho
REFLEXÃO
Eis-nos chegados ao fim desta série de
encontros de coros vindos de Braga, Barcelos, Famalicão, Guimarães e Fafe. Foram
vinte grupos. Houve algum esforço da parte de todos os participantes mas nada
de impossível. Creio que todos ficaram satisfeitos não só porque estiveram na
Casa da Senhora do Sameiro mas também porque, aí, tiveram a oportunidade de
fazer ouvir a sua voz, o melhor instrumento com que a Natureza nos dotou.
Em cada encontro tive a preocupação de
provocar a reflexão sobre aspectos importantes do canto na Liturgia partindo,
como não podia deixar de ser, dos documentos oficiais da Igreja, nomedamente o resumo de D.
Jorge Ortiga, A Música Sacra, datado de 2001.
Aqui vai a última.
CELEBRAÇÕES COM JOVENS
Há uma tendência generalizada de, nas chamadas “eucaristias
para jovens”, se executarem cânticos (ou canções) muito próprias da sua
jovialidade mas com pouco sentido litúrgico. Acontece, ainda, que não sendo
toda a assembleia constituida por jovens, estes como que “impõem” um determinado
estilo que nada diz aos mais velhos.
É necessário caminhar para o meio termo e recordar os
princípios básicos: competência musical e competência litúrgica. Ao pastor ou
alguém da sua confiança compete supervisionar, elucidar, formar e informar. Tem
tanta obrigação de o fazer como um professor tem obrigação de cumprir o
programa da sua área disciplinar.
É um hábito muito mau – e isto acontece quando os cânticos
são para as crianças – fazer adaptações de textos para melodias de outras
proveniências, muitas vezes completamente profanas ou lúdicas. Por onde se
dividirá o pensamento das crianças: pelo texto, supostamente de cariz religioso
ou pela melodia de carácter lúdico e profano?
A encíclica “Musicae Sacrae Disciplina” de Pio XII refere a importância da música
na Liturgia como uma modo sublime de louvor a Deus. Esta ideia já vem do Antigo
Testamento:
*“Todo o Israel dançava diante de Deus com
instrumentos de madeira trabalhada: cítaras, liras, tímpanos, sistros e címbalos”;
* David fixou as regras da música no culto sagrado;
* As primitivas comunidades, mesmo antes de surgir o
dia, cantavam um hino a Cristo;
* Tertuliano diz que, nas assembleias dos cristãos “se
lêem as Escrituras, cantam salmos
e promove-se a catequese”;
* Após a liberdade concedida à Igreja por Constantino,
surgiram novos hinos, novos cânticos consoante a cultura dos povos que se convertiam
ao cristianismo;
* Após o séc. IX/X, com o surgimento de novos hinos e
novas formas de cantar, a música litúrgica haveria de atingr o seu esplendor
nos séc. XV/XVI com o apogeu da polifonia e dos conjuntos vocais acompanhados
com o órgão de tubos;
* Como em todos os tempos, os abusos foram surgindo e
houve necessidade da intervenção da autoridade eclesiástica no sentido de
expurgar da música sacra tudo o que não contribuia para a sua verdadeira
finalidade.
* A liberdade do artista (compositor ou director) deve
sujeitar-se à finalidade última da sua criação: o culto divino. Assim, qualquer
arte religiosa, exige artistas inspirados pela fé e pelo amor. A finalidade
principal é a de elevar piedosamente a sua mente para Deus.
*Trazer decoro e ornamento às vozes do sacerdote e do
povo cristão que louva o Deus Altíssimo;
*Elevar os corações dos fiéis a Deus tornando vivas e
fervorosas as orações litúrgicas e, assim, louvá-lo e invocá-lo com mais
intimidade e eficácia;
* Devem, por isso, os cânticos terem origem em fiéis
com provas dadas de competência teológico/pastoral , competência musical,
aprovação do ordinário e serem executados com voz límpida e adequada expressão.
E, por último, o pensamento de Santo Agostinho: “as
nossas almas elevam-se na piedade
e na devoção de uma forma mais perfeita quando as santas palavras são cantadas
e os nossos sentimentos encontram no canto uma relação íntima que nos aproxima mais
de Deus”.
…………………………………………………………
NOTA: O nosso
trabalho nunca está acabado. Não vamos fazer o “impossível” mas o melhor possível.
E temos Mestres que nos precederam e nos mostraram o caminho. Este está aberto
a críticas construtivas e a novas ideias. Não deixem de contar aos outros “o
que viram e ouviram”. Poderemos ser muitos mais. Assim Deus nos ajude.
acostagomes@gmail.com
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