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sábado, 5 de maio de 2012

ÚLTIMO DIA DE ENCONTROS NO SAMEIRO - DIA DA MÃE


ENCONTRO DE COROS NO SAMEIRO
DIA  06/ 05 /2012.
GRUPO CORAL de Azurém-Guimarães
Regina Coeli                      - D. Pedro de Cristo
Sangue de Cristo                     -Manuel Faria
Glória a Deus                           -G. F. Haendel
Director artístico:     Prof. Hermano Filipe Carneiro

 
GRUPO CORAL Laudate Dominum- Vizela
Ave Maria                                 _ D. Matteo Tosi
Sanctus                            _  J.P Lecot
Mil cânticos                           _P. Alexandre Santos
Órgão:    Paulo Oliveira
Director artístico: Pedro Marques

GRUPO CORAL de S. João de Airão
Regina coeli                         -M. Faria
O Santíssima                        -Harm. M. Faria
Aleluia                                    -M. Simões
Director artístico: António Fernando Cartas

GRUPO CORAL  de Areias de Vilar
Ave Maria                        _ Jacob Arcadelt
Ave Verum                        _ W.A. Mozart
Cantate Dominum            _H.G. Barrionuevo
Director artístico: Deolinda Martinho

REFLEXÃO
Eis-nos chegados ao fim desta série de encontros de coros vindos de Braga, Barcelos, Famalicão, Guimarães e Fafe. Foram vinte grupos. Houve algum esforço da parte de todos os participantes mas nada de impossível. Creio que todos ficaram satisfeitos não só porque estiveram na Casa da Senhora do Sameiro mas também porque, aí, tiveram a oportunidade de fazer ouvir a sua voz, o melhor instrumento com que a Natureza nos dotou.
Em cada encontro tive a preocupação de provocar a reflexão sobre aspectos importantes do canto na Liturgia partindo, como não podia deixar de ser, dos documentos oficiais  da Igreja, nomedamente o resumo de D. Jorge Ortiga, A Música Sacra, datado de 2001.
Aqui vai a última.

CELEBRAÇÕES COM JOVENS
Há uma tendência generalizada de, nas chamadas “eucaristias para jovens”, se executarem cânticos (ou canções) muito próprias da sua jovialidade mas com pouco sentido litúrgico. Acontece, ainda, que não sendo toda a assembleia constituida por jovens, estes como que “impõem” um determinado estilo que nada diz aos mais velhos.
É necessário caminhar para o meio termo e recordar os princípios básicos: competência musical e competência litúrgica. Ao pastor ou alguém da sua confiança compete supervisionar, elucidar, formar e informar. Tem tanta obrigação de o fazer como um professor tem obrigação de cumprir o programa da sua área disciplinar.
É um hábito muito mau – e isto acontece quando os cânticos são para as crianças – fazer adaptações de textos para melodias de outras proveniências, muitas vezes completamente profanas ou lúdicas. Por onde se dividirá o pensamento das crianças: pelo texto, supostamente de cariz religioso ou pela melodia de carácter lúdico e profano?
A encíclica “Musicae Sacrae Disciplina” de Pio XII refere a importância da música na Liturgia como uma modo sublime de louvor a Deus. Esta ideia já vem do Antigo Testamento:
*“Todo o Israel dançava diante de Deus com instrumentos de madeira trabalhada: cítaras, liras, tímpanos, sistros e címbalos”;
* David fixou as regras da música no culto sagrado;
* As primitivas comunidades, mesmo antes de surgir o dia, cantavam um hino a Cristo;
* Tertuliano diz que, nas assembleias dos cristãos “se lêem as  Escrituras, cantam salmos e promove-se a catequese”;
* Após a liberdade concedida à Igreja por Constantino, surgiram novos hinos, novos cânticos consoante a cultura dos povos que se convertiam ao cristianismo;
* Após o séc. IX/X, com o surgimento de novos hinos e novas formas de cantar, a música litúrgica haveria de atingr o seu esplendor nos séc. XV/XVI com o apogeu da polifonia e dos conjuntos vocais acompanhados com o  órgão de tubos;
* Como em todos os tempos, os abusos foram surgindo e houve necessidade da intervenção da autoridade eclesiástica no sentido de expurgar da música sacra tudo o que não contribuia para a sua verdadeira finalidade.
* A liberdade do artista (compositor ou director) deve sujeitar-se à finalidade última da sua criação: o culto divino. Assim, qualquer arte religiosa, exige artistas inspirados pela fé e pelo amor. A finalidade principal é a de elevar piedosamente a sua mente para Deus.
*Trazer decoro e ornamento às vozes do sacerdote e do povo cristão que louva o Deus Altíssimo;
*Elevar os corações dos fiéis a Deus tornando vivas e fervorosas as orações litúrgicas e, assim, louvá-lo e invocá-lo com mais intimidade e eficácia;
* Devem, por isso, os cânticos terem origem em fiéis com provas dadas de competência teológico/pastoral , competência musical, aprovação do ordinário e serem executados com voz límpida e adequada expressão.

E, por último, o pensamento de Santo Agostinho: “as nossas almas  elevam-se na piedade e na devoção de uma forma mais perfeita quando as santas palavras são cantadas e os nossos sentimentos encontram no canto uma relação íntima que nos aproxima mais de Deus”.

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NOTA: O nosso trabalho nunca está acabado. Não vamos fazer o “impossível” mas o melhor possível. E temos Mestres que nos precederam e nos mostraram o caminho. Este está aberto a críticas construtivas e a novas ideias. Não deixem de contar aos outros “o que viram e ouviram”. Poderemos ser muitos mais. Assim Deus nos ajude.
acostagomes@gmail.com

ÚLTIMO DIA DE ENCONTRO DE COROS

Estamos no quarto domingo, dos que nos foram concedidos, para organizar estes encontros de coros litúrgicos na Basílica do Sameiro. Creio que todos os coros se apresentaram com dignidade e cumpriram as normas que a Igreja aconselha para bem cantar e rezar nos ofícios divinos.
Não podemos deixar de agradecer a boa vontade e o esforço de cada grupo coral e seus dirigentes. Não podemos, também, deixar de agradecer aos responsáveis pelo Santuário a amabilidade com que nos receberam e os meios que colocaram ao nosso alcance.
Foi opinião geral que as condições acústicas da Basílica não são as ideais sendo, em alguns casos, problemáticas sobretudo no que respeita à posição do novo órgão. O facto de as colunas do órgão estarem por cima do organista e do coro não permite ter a noção do volume com que se está a tocar. Seria preferível colocar o órgão no lugar onde está o velho.
Não posso deixar de repetir que este órgão é muito "sofisticado" (complicado) para quem o tange pela primeira vez. A falta de luzes indicadoras dos registos é uma falha grave na sua construção. Outra falha grave é a falta de luz naquele cantinho que impede, ainda mais, a visão da registação. Só mais uma falha: deveria ter um banco de memórias com chave com acesso, somente, a quem fosse perito na registação.
Mas, pronto: foi o que a Confraria achou por bem adquirir e como, nos tempos que correm todos têm abalizadas opiniões não vale a pena falar. Politiquices.
Vamos voltar para o ano?