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quarta-feira, 1 de julho de 2015

BANDA “NOVA ESPERANÇA”



Tomei conhecimento, através deste Diário, de uma “nova esperança” em forma de banda, promovida e apadrinhada por um pastor vocacionado para a evangelização através da música. Certo que a banda, segundo a notícia, será orientada  para a “animação de encontros de formação, de jovens, de catequistas e festas cristãs”. Eram tão belas, em tempos não muito distantes, as representações teatrais de episódios da Sagrada Escritura ou da vida de santos! Apesar da minha larga experiência e idade madura , não sei bem como um sexteto, como se vê na fotografia, contribuirá para o crescimento da fé, da esperança e da caridade dos ouvintes, ciosos de dar um pezinho de dança ao ritmo da bateria. Note-se que não vejo nenhum mal na prática da dança. Será, porém, problemático quando esta banda cantar e tocar tão bem que, pelas suas excepcionais qualidades e virtudes artísticas, for convidada a transpor as portas do templo sagrado para animar as celebrações litúrgicas. Nessa altura a tentação para o pezinho de dança será forte e a concentração dos fiéis será fraca. Então, quando se cantar “Senhor, tende piedade de nós”, saltita-se; quando se cantar “Santo” modifica-se o texto e exibe-se o solista; quando se chegar ao “Pai nosso” canta-se o galego já que não temos nenhum oficial (!)
Haja bandas com baterias, concertinas, violas, etc, mas que fiquem fora dos centros de culto já que, como diz o povo sensato, são como uma “viola num enterro”.
É grave o desrespeito pela normas da música na liturgia. É grave não saber ler e interpretar o pensamento dos nossos antepassados que tanto se bateram pela qualidade dos textos e das músicas destinadas ao culto Divino. É grave apresentar às crianças e aos jovens obras de qualidade inferior, muitas vezes retiradas da internete, com textos sentimentalistas e músicas com ritmos complicados, impossíveis mesmo de executar como aparecem nas pautas, quando as há.
É grave não conhecer ou, pior, desprezar o valiosíssimo legado musical dos nossos compositores (bracarenses e não só) preferindo obras sem rosto, sem qualquer elevação espiritual e sem a “chancela” do Ordinário ou seu representante. Em muitas paróquias o laxismo é completo.
Ai de nós! Cegos a conduzir cegos!