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quinta-feira, 16 de maio de 2019

Função do Grupo Coral na Liturgia


            
Tomando, como ponto de partida, os documentos Conciliares Sacrossantum Concilium e Musicam Sacram, podemos tomar pleno conhecimento do papel de um grupo coral nas celebrações litúrgicas, nomeadamente nas Eucaristias. Basta ler os dois documentos referidos.
O coro exerce um ministério (serviço) equiparado aos acólitos, leitores, ministros da Comunhão, etc. A função destes últimos não é (não deve ser) para si próprios mas um serviço à assembleia que, presidida pelo ministro ordenado, tem a primazia e é a razão de ser da celebração litúrgica. Não se envaideça, por isso, o grupo coral pelo facto de cantar muito bem ou de “elevar” as suas vozes acima  de todos os participantes. O coro e cada elemento do mesmo deve estar como quem “serve” , como alguém com dons especiais (ouvido e voz) que contribui de modo mais solene e perfeito para o louvor a Deus e a toda a Criação. Este louvor terá de partir do coração para que não tenhamos de ouvir estas palavras duras: “este povo só me honra com os lábios”.
Não pode nem deve, à maneira do fariseu e do publicano, ter o sentimento de superioridade considerando-se “vedeta” na função que exerce. Dignidade, humildade e serviço, três conceitos muito importantes em cada coralista.
Qualquer coro tem alguém responsável pela orientação, pela preparação, pela escolha e organização. Essa ou essas pessoas devem ser respeitadas, acarinhadas e ajudadas na caminhada de uma adequada preparação do coro. Evitem-se as querelas fúteis que só criam divisão e mal estar, tarefas próprias do diabo (= aquele que divide). Que o director artístico escolha cânticos adequados a cada celebração não só no que se refere ao texto como à qualidade das melodias, ritmos e harmonias.

 Felizmente há muitos directores artísticos bem formados e suficientemente humildes para se questionarem sobre os compositores mais creditados. De qualquer modo a maior responsabilidade é sempre de quem preside à acc ou de um seu delegadocesecimento dos compositores de msobre sobre os compositores mais creditados. De qualquer modo a maior resão litúrgica. Mesmo que não seja perito em música deve-o ser no que se refere à qualidade e proveniência dos textos e ao conhecimento dos compositores de música sacra na sua diocese. Há muitas publicações, ditas sacras,  à venda sem a autorização do Ordinário ou de um seu delegado, com muitos erros teológicos, erros de acentuação silábica e harmonias de má qualidade.
Ao director artístico compete a escolha de cânticos em que a assembleia tenha possibilidade de participar. Quem não o fizer está a desdenhar da maior parte dos que se juntam para, em comunhão (comunidade) louvar o “Pastor que deu a vida pelo seu rebanho”.
Um problema complicado de resolver: facultar os textos à assembleia orante. Em algumas igrejas  há a possibilidade de colocar uma tela para projectar os textos. Outras conseguem, todos os domingos, distribuir uma folha com os cânticos e outras informações úteis para os fiéis. Já tenho referido que nas igrejas protestantes há um costume que, embora pouco inovador, dá muito resultado. Têm um livro de hinos à disposição na entrada de modo que, quem quiser, pega e leva consigo. O organista projecta um número que corresponde a um determinado cântico e,  feita a introdução, todos cantam. Neste caso não há grande renovação de cânticos.
Na diocese de Braga há um enorme repertório de boa qualidade mas impossível de colecionar num só volume. Entretanto ouve-se o povo a cantar, de cor, melodias com mais de setenta anos . Com menos de vinte anos poucas se ouvem; daqui por vinte anos, como hoje os jovens não sentem necessidade de frequentar a igreja, creio que também poucos haverá que saibam meia dúzia de cânticos.
Este é um assunto que merece reflexão e troca de ideias. Acho que os jovens têm uma palavra a dizer e que se devem exprimir livremente. Onde?  Esperemos que surjam respostas.



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