Já aconteceram 4 concertos mas ainda só pude "ouver" um, em S. Lázaro. Foi um bom espectáculo com "artigo" nacional. Bom para "ouver" mas não para entender. Os "mais" entendidos, os que se acham donos da "verdade" musical, contrariamente à prática de outros paises (Itália, Inglaterra, Alemanha...) acham que as obras musicais devem ser executadas tal como o compositor as deu à luz, isto é, na versão linguística original e, por isso, raramente encontramos uma obra dos grandes compositores traduzida para Português a não ser uma ou outra que venha do latim. O mesmo não fazem os paises atrás referidos. Fica a impressão de que temos falta de poetas. Veja-se, por exemplo, uma das obras mais conhecidas: o "aleluia" de O Messias de Haendel. Só se ouve em italiano ou inglês (original).
Isto vem a propósito de que não entendi nada do que os/as solistas cantaram das cantatas de Bach. Vocalizos atrás de vocalizos, bem difíceis. Percebi, no final de uma das obras, "Amen".
Eu diria "amen" todos os dias se a opção "festival de órgão" fosse mais nacional e pensado para deixar metade (não seria necessário mais) do orçamento para pagar alguma "coisinha" aos nossos jovens organistas (200 a 300 € mensais) para tocar em todos os órgãos da cidade e ensaiar um pequeno coro que animasse as Eucaristias. 20 órgãos = 20 organistas X 250 € custaria 4,500 € mês X 12= .... ? Não gastarão, em 15 dias, mais de 50 mil € com "vedetas" tão especiais e internacionais?
Há uma ideia completamente errada, da parte da hierarquia, a respeito de jovens e adultos que tocam e orientam coros. Entendem que o devem fazer por "amor" e não por dinheiro. É o caso do falecido organista da Sé de Lisboa onde tocou muitos anos: "Que Deus lhe pague"! - diziam os senhores cónegos. E assim se manteve na esperança. Claro que bem sabemos que Deus já lhe pagou. Mas não ganhou para as solas que rompeu! De certeza que, neste momento, já lhe pagou cem por um. Mas foram injustos com ele pois o trabalhador merece o seu salário, diz o Evangelho. Quando eu era jovem chamavam-me para muitos lados para ensaiar e tocar. Sempre procurei colaborar com todos. Nunca disse "é tanto" pelo meu trabalho. Mas gostava de receber algum para não ganhar "cotão" nos bolsos. Quem não gosta? E isto levou-me a trabalhar sempre mais a fim de me apresentar com dignidade onde quer que fosse solicitado.
Arranjei para vários organistas algum trabalho pago. Aliás, quando me solicitam para arranjar um organista aviso logo que têm de lhe pagar alguma coisa, no mínimo tanto como a uma empregada de limpeza. Isto no caso de ainda não ser um profissional.
Os nossos superiores hierárquicos preferem manter os órgãos- e são muitos em Braga- calados todo o ano, voltar a gastar dinheiro na sua afinação e reparação por ocasião dos festivais para lhes abrir as "goelas" ao menos "uma vez cada ano", mas não querem que as capelanias, conselhos económicos, etc. estejam a remunerar trabalho "tão banal" como é o de carregar numas teclas donde saem uns sons mais ou menos agradáveis. É como na desobriga: confessar-se ao menos uma vez cada ano. Assim se gastam milhares na saúde de um "animal" meio morto deixando-o ao abandono até ao ano seguinte. Volta, então, a ressuscitar perante o testemunho de uma quantidade de gente que, nessa ocasião, também aproveita para fazer a "desobriga" de entrar numa igreja, lugar acolhedor sobretudo quando está muito calor cá fora.
Havia normas bastante rigorosas quanto ao repertório dos concertos nas igrejas. Agora voltou-se ao antigamente. Talvez pior. Quantos dos assistentes têm consciência do que representa aquele lugar onde se ouvem sons tão suaves, tão extravagantes, tão exteriores à interioridade habitual desses lugares sagrados!
Claro que esta é a opinião de um leigo (em termos eclesiásticos). Estes, os eclesiásticos, é que terão de dar contas sobre o destino que dão às casas de Deus.
Isto vem a propósito de que não entendi nada do que os/as solistas cantaram das cantatas de Bach. Vocalizos atrás de vocalizos, bem difíceis. Percebi, no final de uma das obras, "Amen".
Eu diria "amen" todos os dias se a opção "festival de órgão" fosse mais nacional e pensado para deixar metade (não seria necessário mais) do orçamento para pagar alguma "coisinha" aos nossos jovens organistas (200 a 300 € mensais) para tocar em todos os órgãos da cidade e ensaiar um pequeno coro que animasse as Eucaristias. 20 órgãos = 20 organistas X 250 € custaria 4,500 € mês X 12= .... ? Não gastarão, em 15 dias, mais de 50 mil € com "vedetas" tão especiais e internacionais?
Há uma ideia completamente errada, da parte da hierarquia, a respeito de jovens e adultos que tocam e orientam coros. Entendem que o devem fazer por "amor" e não por dinheiro. É o caso do falecido organista da Sé de Lisboa onde tocou muitos anos: "Que Deus lhe pague"! - diziam os senhores cónegos. E assim se manteve na esperança. Claro que bem sabemos que Deus já lhe pagou. Mas não ganhou para as solas que rompeu! De certeza que, neste momento, já lhe pagou cem por um. Mas foram injustos com ele pois o trabalhador merece o seu salário, diz o Evangelho. Quando eu era jovem chamavam-me para muitos lados para ensaiar e tocar. Sempre procurei colaborar com todos. Nunca disse "é tanto" pelo meu trabalho. Mas gostava de receber algum para não ganhar "cotão" nos bolsos. Quem não gosta? E isto levou-me a trabalhar sempre mais a fim de me apresentar com dignidade onde quer que fosse solicitado.
Arranjei para vários organistas algum trabalho pago. Aliás, quando me solicitam para arranjar um organista aviso logo que têm de lhe pagar alguma coisa, no mínimo tanto como a uma empregada de limpeza. Isto no caso de ainda não ser um profissional.
Os nossos superiores hierárquicos preferem manter os órgãos- e são muitos em Braga- calados todo o ano, voltar a gastar dinheiro na sua afinação e reparação por ocasião dos festivais para lhes abrir as "goelas" ao menos "uma vez cada ano", mas não querem que as capelanias, conselhos económicos, etc. estejam a remunerar trabalho "tão banal" como é o de carregar numas teclas donde saem uns sons mais ou menos agradáveis. É como na desobriga: confessar-se ao menos uma vez cada ano. Assim se gastam milhares na saúde de um "animal" meio morto deixando-o ao abandono até ao ano seguinte. Volta, então, a ressuscitar perante o testemunho de uma quantidade de gente que, nessa ocasião, também aproveita para fazer a "desobriga" de entrar numa igreja, lugar acolhedor sobretudo quando está muito calor cá fora.
Havia normas bastante rigorosas quanto ao repertório dos concertos nas igrejas. Agora voltou-se ao antigamente. Talvez pior. Quantos dos assistentes têm consciência do que representa aquele lugar onde se ouvem sons tão suaves, tão extravagantes, tão exteriores à interioridade habitual desses lugares sagrados!
Claro que esta é a opinião de um leigo (em termos eclesiásticos). Estes, os eclesiásticos, é que terão de dar contas sobre o destino que dão às casas de Deus.
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