Adquiri o 3º número da Revista Salicus que, entendo, veio substituir a NRMS orientada durante muitos anos pelo colega Az. Oliveira. É, na minha opinião, o maior repositório de música sacra existente em Portugal compilada em revistas e, quase todas, no livro "A Igreja Canta". Trata-se de um trabalho de incomensurável valor artístico e funcional para o enriquecimento da Liturgia. Este trabalho foi iniciado pelo saudoso Mestre Cón. M. Faria e, depois de 1983, continuado, com a participação de muitos compositores, por Az. Oliveira. Embora não concorde com ele noutras coisas tenho de o louvar por tanta dedicação e tantos anos de profícuo trabalho. Entretanto... desistiu e a revista deixou de ter "orientador" e de se publicar.
Depois de algumas diligências "prospectivas" do Rev.mo Ordinário para encontrar uma equipa que lançasse mãos à obra, surgiu em Dezembro de 2016 a revista intitulada "SALICUS, revista de Música Litúrgica". A primeira obra é o B.I. de Manuel Faria em linguagem musical. Obra de Mestre datada de 1961, com relevante interesse para recordarmos (para outros, ficarem a ter uma ideia) Manuel Faria e a sua actualidade artística perfeitamente dentro do seu tempo histórico. De elevadíssima dificuldade jamais algum coro paroquial, para quem ele tanto compôs, se atreveria a executar. Como "prelúdio" da Salicus acho que não está mal. O papel é muito bom, bem organizada esteticamente, com artigos interessantes paralelos à finalidade da revista. Diga-se, porém, em abono da verdade que a mesma não continha nada de interesse para os coros paroquiais. Todavia, como se tratava da primeira, merecia o benefício da dúvida sobre os objectivos da publicação.
Saiu, seis meses depois, a segunda. A mesma coisa: nada de interesse para o "povo de Deus". Para análise e estudo apreciei a "generosidade" do acompanhamento de um "santo", muito executado nas nossas paróquias pela simplicidade e grandeza da melodia, mas de uma exigência superior no que se refere ao acompanhamento. Bem feito, harmonia densa, acordes arrojados a exigir mãos e dedos bem adestrados.
Já que sempre me dediquei à Música, sobretudo da Litúrgica, procuro sempre novidades na esperança de sair a lume algo mais adequado aos textos de cada celebração. É um trabalho pedido pelos liturgistas não por mero capricho mas para que tudo se adeque, desde o asseio dos altares, passando pelos paramentos, pelos gestos, palavras e textos musicados à celebração dos mistérios divinos. Claro que não é possível ensaiar tudo o que aparece. Umas porque não têm qualidade nem nos textos nem nas melodias, outras porque não vem a propósito da celebração, etc. Fui, mais uma vez, adquirir a Salicus. Qual o meu espanto quando o livreiro me diz: "esta revista não se está a vender nada". Folheei-a e verifiquei que o homem tinha razão. Andamos à procura de melodias para a liturgia e, logo nas primeiras páginas encontramos um artigo com onze páginas, sem qualquer interesse, sobre o restauro do órgão positivo da igreja de Santiago. Acham que é disto que o povo de Deus precisa?
Segue-se a obra "dar-vos-ei um futuro de esperança". A melodia oferece alguma "esperança" numa boa obra. A harmonia, sobretudo do acompanhamento, está ultrapassada e desadequada às necessidades e possibilidades do comum dos mortais. As obras devem ser dignas, de rigor teológico, com melodias nascidas no coração e harmonias simples nascidas de uma inteligência que também quer ser simples e estar ao serviço de quem precisa, quer e procura elevar a sua alma até à intimidade com Deus sem deixar os irmãos no caminho.
Nem oito nem oitenta. Ou se rasgam as cordas de uma viola como quem abana os fios de uma ramada e se colocam os potenciómetros dos amplificadores no máximo ora se apresentam obras dignas de figurar nas casas senhoriais da Idade Média como passatempo, "louvando a Deus".
Como é que se há-de vender esta revista?
Depois de algumas diligências "prospectivas" do Rev.mo Ordinário para encontrar uma equipa que lançasse mãos à obra, surgiu em Dezembro de 2016 a revista intitulada "SALICUS, revista de Música Litúrgica". A primeira obra é o B.I. de Manuel Faria em linguagem musical. Obra de Mestre datada de 1961, com relevante interesse para recordarmos (para outros, ficarem a ter uma ideia) Manuel Faria e a sua actualidade artística perfeitamente dentro do seu tempo histórico. De elevadíssima dificuldade jamais algum coro paroquial, para quem ele tanto compôs, se atreveria a executar. Como "prelúdio" da Salicus acho que não está mal. O papel é muito bom, bem organizada esteticamente, com artigos interessantes paralelos à finalidade da revista. Diga-se, porém, em abono da verdade que a mesma não continha nada de interesse para os coros paroquiais. Todavia, como se tratava da primeira, merecia o benefício da dúvida sobre os objectivos da publicação.
Saiu, seis meses depois, a segunda. A mesma coisa: nada de interesse para o "povo de Deus". Para análise e estudo apreciei a "generosidade" do acompanhamento de um "santo", muito executado nas nossas paróquias pela simplicidade e grandeza da melodia, mas de uma exigência superior no que se refere ao acompanhamento. Bem feito, harmonia densa, acordes arrojados a exigir mãos e dedos bem adestrados.
Já que sempre me dediquei à Música, sobretudo da Litúrgica, procuro sempre novidades na esperança de sair a lume algo mais adequado aos textos de cada celebração. É um trabalho pedido pelos liturgistas não por mero capricho mas para que tudo se adeque, desde o asseio dos altares, passando pelos paramentos, pelos gestos, palavras e textos musicados à celebração dos mistérios divinos. Claro que não é possível ensaiar tudo o que aparece. Umas porque não têm qualidade nem nos textos nem nas melodias, outras porque não vem a propósito da celebração, etc. Fui, mais uma vez, adquirir a Salicus. Qual o meu espanto quando o livreiro me diz: "esta revista não se está a vender nada". Folheei-a e verifiquei que o homem tinha razão. Andamos à procura de melodias para a liturgia e, logo nas primeiras páginas encontramos um artigo com onze páginas, sem qualquer interesse, sobre o restauro do órgão positivo da igreja de Santiago. Acham que é disto que o povo de Deus precisa?
Segue-se a obra "dar-vos-ei um futuro de esperança". A melodia oferece alguma "esperança" numa boa obra. A harmonia, sobretudo do acompanhamento, está ultrapassada e desadequada às necessidades e possibilidades do comum dos mortais. As obras devem ser dignas, de rigor teológico, com melodias nascidas no coração e harmonias simples nascidas de uma inteligência que também quer ser simples e estar ao serviço de quem precisa, quer e procura elevar a sua alma até à intimidade com Deus sem deixar os irmãos no caminho.
Nem oito nem oitenta. Ou se rasgam as cordas de uma viola como quem abana os fios de uma ramada e se colocam os potenciómetros dos amplificadores no máximo ora se apresentam obras dignas de figurar nas casas senhoriais da Idade Média como passatempo, "louvando a Deus".
Como é que se há-de vender esta revista?
1 comentário:
Gostaria de saber em que revista vem a aclamação ao Evangelho 1 e 2 de Joaquim Santos. Grato pela atenção.
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