Tomei
conhecimento, através deste Diário, de uma “nova esperança” em forma
de banda, promovida e apadrinhada por um pastor vocacionado para a
evangelização através da música. Certo que a banda, segundo a notícia, será
orientada para a “animação de encontros
de formação, de jovens, de catequistas e festas cristãs”. Eram tão belas, em
tempos não muito distantes, as representações teatrais de episódios da Sagrada
Escritura ou da vida de santos! Apesar da minha larga experiência e idade
madura , não sei bem como um sexteto, como se vê na fotografia, contribuirá
para o crescimento da fé, da esperança e da caridade dos ouvintes, ciosos de
dar um pezinho de dança ao ritmo da bateria. Note-se que não vejo nenhum mal na
prática da dança. Será, porém, problemático quando esta banda cantar e tocar
tão bem que, pelas suas excepcionais qualidades e virtudes artísticas, for
convidada a transpor as portas do templo sagrado para animar as celebrações
litúrgicas. Nessa altura a tentação para o pezinho de dança será forte e a
concentração dos fiéis será fraca. Então, quando se cantar “Senhor, tende
piedade de nós”, saltita-se; quando se cantar “Santo” modifica-se o texto e
exibe-se o solista; quando se chegar ao “Pai nosso” canta-se o galego já que
não temos nenhum oficial (!)
Haja
bandas com baterias, concertinas, violas, etc, mas que fiquem fora dos centros
de culto já que, como diz o povo sensato, são como uma “viola num enterro”.
É
grave o desrespeito pela normas da música na liturgia. É grave não saber ler e
interpretar o pensamento dos nossos antepassados que tanto se bateram pela
qualidade dos textos e das músicas destinadas ao culto Divino. É grave
apresentar às crianças e aos jovens obras de qualidade inferior, muitas vezes
retiradas da internete, com textos sentimentalistas e músicas com ritmos
complicados, impossíveis mesmo de executar como aparecem nas pautas, quando as
há.
É
grave não conhecer ou, pior, desprezar o valiosíssimo legado musical dos nossos
compositores (bracarenses e não só) preferindo obras sem rosto, sem qualquer
elevação espiritual e sem a “chancela” do Ordinário ou seu representante. Em
muitas paróquias o laxismo é completo.
Ai
de nós! Cegos a conduzir cegos!
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