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terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

ASSIM VALE A PENA

O coro da Escola de Música Litúrgica de Real esteve no passado domingo, em Dume, a solenizar a Missa das dez. Era o domingo em que o Coral de Dume deveria fazê-lo mas foi com muito gosto que aceitamos ser "substituidos" como até convidei os coralistas a estar presentes a fim de apreciar este coral tão jovem. E estiveram quase todos.
Tive muito prazer e contentamento em ouvi-los e verificar o belo trabalho que estão a fazer. Claro que se poderiam apontar alguns pormenores menos perfeitos, mas foi tão bom que não vale a pena trazê-los para aqui. O P. Hermenegildo, alma desta escola, dá um belo exemplo do que deve ser a música litúrgica. O trabalho da Mariana e do Gregório é bem visível e audível. Parabéns.
As vozes, mesmo nos agudos, são límpidas e bem colocadas. As crianças faziam uma ligação perfeita das suas vozes infantis com as dos adolescentes. O equilíbrio entre graves e agudos esteve óptimo. Os textos foram adequados às leituras proclamadas (o que nem sempre é fácil de encontrar e preparar atempadamente). Gostei e faço votos que, dentro de algum tempo tenhamos jovens e adultos razoavelmente competentes para formar, com o mesmo carinho da Mariana, os seus grupos corais consonantes com o pensar da Igreja.
Mais me alegra a persistência de dois antigos alunos a quem aconselhei, vivamente, que frequentassem esta escola atendendo a que, lá, tinham melhores condições de trabalho e a vantagem de o fazer em grupo, o que é mais aliciante. Mais contente fiquei ao ver que duas jovens de Dume estão a frequentar esta mesma escola. Peço a Deus (e a elas) que continuem, progridam e apliquem na sua terra o que aprenderem, que o façam por amor, com paciência e com profissionalismo. Nesse dia poderei dizer como Simeão: "Já podeis deixar-me partir, Senhor, por que os meus olhos viram e os meus ouvidos ouviram alguém que me pode e quer substituir".
Ser director artístico exige muito esforço de pesquisa, de estudo, de ensaios, de contratempos (somos diferentes e lidar com pessoas não é fácil), de muita paciência para "aturar" os cantores e, estes, "aturar" o maestro. Mas no final vale a pena quando se faz com a intenção de servir a Deus através do culto litúrgico.
Que os padres tomem consciência da responsabilidade que lhes cabe nesta tarefa de preparar, através do canto, uma liturgia digna e nobre que edifique os fiéis que nela participam.
Bem hajam.

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